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Brindes devem considerar a estratégia promocional
Para escolher de maneira que o investimento sirva para reforçar a marca é preciso definir o objetivo. E o produto promocional deve estar de acordo com o perfil do público
20/10/2014
SÃO PAULO - É no fim do ano que o mercado de produtos promocionais tem o melhor desempenho. Nesta época as empresas começam a lembrar dos clientes, fornecedores, funcionários e amigos, por conta do Natal e ano-novo.
Mas, para o diretor da Associação Brasileira de Brindes (Abrinde), Marcelo Chaves, é preciso reavaliar esta estratégia. "Perto do Natal a pessoa leva um uísque para o gerente do banco, por exemplo; o gerente recebe, agradece e coloca embaixo da mesa. No fim do dia pega uma caixa, coloca tudo o que recebeu e leva para casa. Aquela garrafa será mais uma, entre tantas, que a pessoa nem vai lembrar de quem ganhou", explica. "Diferente de dar o uísque para este mesmo gerente em outra época, sem uma data estabelecida. Quem ganha vai dar muito mais atenção, por ser algo único. Assim acontece com os brindes", completa.
O ideal é que o brinde sirva como uma lembrança para a pessoa que a recebeu. Ele deve estar associado a uma experiência, para que, dessa forma, ele consiga resgatar todas as lembranças positivas vivenciadas pela pessoa que o recebeu, associando-as à marca que promoveu a ação. Basicamente, a capacidade de recordar um fato passado será tanto maior quanto maior for o estímulo emocional associado a essa experiência.
Para quem ainda insiste que o brinde está associado a mais um "presentinho" de fim de ano, o empresário do mercado de brindes há 16 anos e proprietário da África Brindes, Luís Lima, reforça que: "É bom lembrar que não se vê ou conversa com o cliente só em dezembro, por isso, talvez, o ideal seja utilizar outras datas para presenteá-lo, como exemplo, o mês de comemoração da abertura do negócio da pessoa que está presenteando o cliente".
Campeão de bilheteria
Dentre todas as opções de brinde, o carro-chefe ainda é a caneta, que representa cerca de 50% das vendas deste segmento. Para quem não quer errar, é uma boa opção.
"A caneta será usada e estará na mão, em um lugar visível em que todos podem ver e ler a logomarca, atingindo o objetivo de divulgação da marca", indica Chaves. "Existem as canetas baratas e as mais caras, vai depender de quanto se quer investir e agregar valor ao brinde.", complementa.
Funcionalidades
Quando o assunto é custo, o empresário é categórico: "Nunca escolher só pelo preço, pensar principalmente na qualidade e no que ele vai proporcionar. O custo-benefício é o resultado de todo trabalho feito antes, durante e pós-entrega do brinde, como a reação da pessoa e se ela se lembrará de qual empresa ganhou, por exemplo", indica Lima.
Os brindes podem ter várias funções dentro da estratégia promocional, como fazer lembrar a marca, agradecimento, abertura de negócios ou reconhecimento da importância do cliente para a empresa. Assim, nada de sair distribuindo canetas ou outros produtos promocionais de forma aleatória. Eles são diferenciados de acordo com o público-alvo, o posicionamento da marca e os resultados esperados da ação.
Objetivos
Para escolher o brinde de maneira que o investimento sirva para reforçar a marca, e não ser apenas um item que o cliente possa jogar fora, é preciso antes de tudo definir o objetivo. A seguir, é a hora de estabelecer e conhecer as características básicas do público-alvo.
O produto promocional precisa estar de acordo com o perfil do público e, de alguma forma, relacionado com a empresa que presenteará. É preciso levar em consideração qual a mensagem que a empresa quer passar.
Periodicidade é um fator importante e deve ser pensado. "Receber brindes é sempre bom, mas todo cuidado é pouco. Existem muitas ações malsucedidas pelo exagero de brindes e falta de definição de foco", alerta o empresário.
Copiar a ideia do concorrente pode não trazer o resultado desejado e ainda jogar dinheiro fora. "Nenhuma empresa é igual a outra. Mesmo disputando o mesmo público, cada empresa tem características e diferenciais bem particulares. Aí entra o bom senso do gestor em definir o produto promocional para sua marca", diz Lima, que tem em seu portfólio mais de dois mil itens.
Retorno da ação
É difícil medir o retorno direto da ação. Se o brinde ganhado ficar exposto ou for usado, ponto para a empresa que o ofereceu. Mas, se ficar esquecido ou jogado na gaveta junto com muitos outros, não causará o efeito desejado. Portanto, um referencial nesse concorrido setor é a empresa que pesquisa, tem criatividade e inova.
Existe uma infinidade de tipos de brinde, que custam a partir de R$ 0,40, como agendas, cadernos, bolsas, mochilas, ferramentas, porta-óculos e kits diversos para churrasco, bebidas e artigos tecnológicos. Dados da Abrinde indicam que em 2013 o mercado de brindes movimentou cerca de R$ 5 bilhões. No entanto, mantém-se no mesmo patamar, sem crescimento, nos últimos três anos.
Sustentabilidade
A sustentabilidade é um assunto que tem pautado muitos discursos e diálogos nos últimos tempos. E, como não poderia deixar de ser diferente, ela também está presente no universo dos brindes, pois, hoje, as empresas querem, direta ou indiretamente, vincular suas marcas ao conceito. Com essa ideologia, tem aparecido com muita frequência produtos com esse apelo, nos quais a natureza é preservada e os brindes mostram que a empresa busca ser socialmente responsável com o futuro do planeta.
São muitas as opções de ideias verdes no mundo dos brindes. Há exemplos de lembranças feitas de papel, plástico e demais materiais reciclados. Existem também curiosos e divertidos produtos, como os papéis com sementes, onde a brincadeira está em cultivar a planta. As marcas que usam dessas soluções têm chamado a atenção dos clientes.
Fonte: Scheilla Lisboa - Diário Comércio Indústria & Serviços